domingo, 12 de outubro de 2008

O pão (8) Havia muita para contar...

Alguns dos utensílios que eram utilizados no campo
O tabuleiro, a peneira, os alqueires de 11 e 14 litros, medidas de 1 e de 2 litros e o rasoiro

Havia ainda muito trabalho para descrever inerente ao cultivo dos cereais; por exemplo, cortar a lenha e transportá-la para aquecer o forno, cuidar dos animais todos os dias, durante todo o ano, porque eles eram necessários para o cultivo das terras e transporte das culturas.
Acontecia muitas vezes o agricultor trabalhar durante todo o ano e, por grandes secas ou intempéries, ver a sua colheita reduzida a quase nada.
Conto-vos uma história verídica passada com o meu pai. Ele trazia de renda o casal do Sr. Matias a quem tinha de pagar cento e vinte alqueires de grão; houve um ano que a sua colheita foi apenas de cento e trinta alqueires. Conclusão, o meu pai ficou apenas com dez alqueires de grão para transformar em farinha para uma família de sete pessoas. E o que ele teve de fazer? Foi comprar os cem alqueires de grão ao patrão para poder alimentar a família.


A receita do pão
10kg de farinha
6l de água morna
150g de sal
150g de fermento.

CONCLUSÃO
Primeira fase: As sementeiras. São deitadas as sementes à terra, germinam, crescem, e amadurecem.
Segunda fase: As ceifas. Ceifam-se as cearas transporta-se para as eiras e aí faz-se a debulha, onde se separa a palha do grão.
Terceira fase: A moagem. Onde se transforma em farinha e é separada a casca do grão.
Quarta fase: Cozer o pão. Amassar a farinha, deixar fermentar, tender e, finalmente, vai ao forno a cozer.
Espero ter-vos dado a conhecer, todo o processo e transformação, pelo qual um grão de semente tem de passar; assim como o trabalho do agricultor, do moleiro e do padeiro.
E depois de saberem todo o trabalho que houve, compreendem o porquê do ditado: “Não estragues o pão porque é pecado”.
Assim me dizia a minha avó Maria Júlia.
Texto de Maria dos Anjos Oliveira

2 comentários:

Pinhel, Nós por cá... disse...

Olá Gil como é bom saber que um nosso Conterrâneo, mais um, vingou na vida! Alguns de Nós teus Amigos cá vamos como nos é possível tentando lutar contra este estado de coisas que se vão passando por cá e, lutando principalmente por aquilo que se devia passar e infelizmente para todos não passa, o desenvolvimento sustentado da Nossa Terra. Vamos ver se damos a volta a isto. Contamos com o teu apoio. Por agora, um abraço amigo de Pinhel, Nós por cá…

Anónimo disse...

Ao amigo "pinhel,nós por cá..." envio um abraço. Fiquei francamente agradado em saber que alguém na "minha" cidade não se conforma e, utilizando esta inovadora via de comunicação, preocupa-se em sensibilizar os meus conterrâneos para a necessidade de haver mais intervenção política. O poder precisa de ser questionado; por vezes denunciado e o cidadão deve ser mais interventivo. A Polis é do povo e não dos politicos.
Serei um leitor atento do teu blog, caro amigo.