sábado, 11 de outubro de 2008

O pão (2) Começávamos por amanhar as terras


Começávamos por amanhar a terra.
A terra tem de ser lavrada, o mínimo duas ou três vezes, dependendo do tipo de terra isto, num intervalo de quinze em quinze dias, para a terra ficar bem arejada e limpa de ervas daninhas. A seguir era preciso gradear ou seja, pôr a terra direita para se poderem espalhar as sementes do trigo ou do centeio.
Para espalhar as sementes, era posto um saco com cerca de quinze quilos ao ombro, e de mão cheia a mão cheia, talhando visualmente uma courela até cobrir todo o terreno com as sementes. Atrás seguia a junta dos bois com um arado e, rego a rego, eram enterradas as sementes. Era preciso abrir os regos e preparar as linhas de água de maneira a que durante o Inverno as sementes não fossem arrastadas pelas chuvas.
As sementeiras eram feitas em Outubro ou Novembro; em Janeiro ou Fevereiro era preciso fazer a monda, que consistia em arrancar todas as ervas daninhas que nasciam junto com as sementes, para tanto, o lavrador ia aricar a seara, que consistia em lavrar a terra pelo mesmo rego que tinha feito na sementeira. O lavrador tinha de segurar bem firme a rabiça do arado e ter um bom controle sobe as vacas que puxavam o arado, para que este não fosse arrancar o centeio no cume do rego; o resto era feito à mão ou com a ajuda de uma faca ou sacho.
Texto de Maria dos Anjos Oliveira

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