sábado, 31 de janeiro de 2009

Para manter a tradição

Agradeço a gentileza da Carla Guilhoto por me ter enviado estes vídeos e algumas fotos da animada festa que decorreu no dia 24 de Janeiro em honra de S. Sebastião. Os mordomos da festa não deixaram cair a tradição e, como podem apreciar, a festa esteve animada. Não eram muitos, mas eram bons.

Há aqui vozes que estão a passar ao lado de uma grande carreira artística. Se a divulgação ao mundo destes vídeos derem origem a alguma carreira artística de sucesso internacional a Carla Guilhoto e o pontedaspoldras pedem para não se esquecerem deles...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Investimento no Carvalhal

A Câmara Municipal de Pinhel inscreveu nas Grandes Opções do Plano para 2009 para o Carvalhal os seguintes investimentos:
Pavimentação de arruamentos - 141.000,00 euros
Saneamento - 100.000,00 euros
Abastecimento de água - 38.000,00 euros
Construção de reservatório de água - 15.000,00 euros
Beneficiação de caminhos rurais Carvalhal - Pereiro - 72.100,00 e Carvalhal - Atalaia - 120.100,00 euros
Total - 486.200,00 euros, o que representa cerca de 2,5% do orçamento municipal que ronda os 19.000.000,00 euros.
Parece muito, mas é muito pouco se considerarmos que se trata de investimento em infra -estruturas básicas e de primeiríssima necessidade das populações.
A pavimentação das ruas, o abastecimento de água e o saneamento são investimentos há muito devidos.
Relativamente ao investimento inscrito para melhoramento das "estradas" Carvalhal - Atalaia e Carvalhal - Pereiro, aguardamos para ver se vão corresponder a investimento efectivo ou se no final do ano se verifica que não passaram de investimentos ditos no papel.
Se o melhoramento das vias acima identificadas é importante, mais importante ainda seria a pavimentação da "estrada" Carvalhal - Valverde no troço da responsabilidade da câmara de Pinhel.
A ligação intermunicipal e à fronteira justificam a urgência desse investimento e salvo melhor opinião a prioridade deveria estar centrada na pavimentação dessa via.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Nasceu no Carvalhal

Todas as cidades vilas e aldeias têm a suas gentes e a sua história. Para a posteridade aqui fica o registo da singela homenagem e honra concedida ao primeiro General nascido no Carvalhal.

O General Samuel Matias do Amaral, hoje na reforma, passa muito tempo do seu lazer na terra que o viu nascer, sendo um exemplo a seguir por todos para dar mais vida ao nosso berço.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O pio do forno


A foto mostra a localização actual do pio encostado às casas do ti Augusto, antigamente do ti Joaquim Sebastião, e da Judite, que construiu onde já foi o lagar e uma casa antiga do ti Manuel Augusto, já falecido.
Os mais novos já não se recordam que este pio, conhecido pelo pio do forno, antigamente estava colocado no centro do largo do forno e era a reserva principal de água, na aldeia, destinada a matar a sede das vacas e das burras que havia antigamente. É de recordar que em meados do século passado quase todos os agricultores tinham, no mínimo uma junta de vacas, não estando longe da verdade se disser que nessa época haveria na aldeia mais de meia centena de vacas, chamadas de trabalho, em contraposição às vacas leiteiras que eram muito menos.
Tal como hoje, o pio era alimentado pela fonte da vinha da quelha, que mesmo em pleno Verão teima em não secar.
Não sei de quem foi a decisão em colocar o pio onde hoje se encontra, mas foi uma medida correta que permitiu ganhar espaço no largo, em benefício de uma melhor circulação de veículos.
Hoje o pio fica bem junto ao tribunal, do qual falaremos um dia.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Parabéns Valery e Pascal

A partir de hoje a família Gil tem mais um membro no clã. A minha sobrinha e afilhada Valery e o Pascal têm mais um filho.
Parabéns para vós e que tudo corra pelo melhor
Votos do tio e padrinho desnaturado.

domingo, 18 de janeiro de 2009

20 de Janeiro

O ti Paulos de bigode farto e risada estridente, ainda mal raiava o sol e já ele iniciava a alvorada ao som de morteiros e foguetes de resposta.
A festa ia ser rija.
Meia manhã e mais uma saraivada de fogo, a música estava a chegar e iria percorrer as ruas da aldeia; mestre da música em frente e todos os instrumentos entravam em acção. Se os músicos mais inexperientes desafinavam ninguém reparava.
Pórrópópó, tchim, tchim, pórrópópó, tchim, tchim, entram clarinetes e trompetes, secundados pelos pratos e cadenciados pelos tambores. A banda, como que ensaiando uma marcha militar, lá subia a rua principal; à sua frente, os mordomos e, logo atrás, a pequenada ávida de barulho e alegria. Os foguetes continuavam a estalar no ar anunciando aos habitantes dos povoados em redor que era dia de festa no Carvalhal.
As famílias esperavam os seus convidados; tios, primos, sobrinhos; que naquele dia, a pé ou de burro, raramente de veículo a motor, vinham chegando da cidade ou aldeias próximas para assistirem à missa e confraternizarem num almoço de família onde não faltaria o borrego e o cabrito. Festa é festa e naquele dia as famílias tinham o direito de ser ricas e comer como se estivessem à mesa do rei.
O sino, entretanto, anunciava o início da missa e, era ver as mais beatas em loucas correrias até à igreja, não fosse o senhor padre reparar no seu atraso, só possível pela azafama de preparar os melhores bolos e os melhores guisados para o almoço.
A homilia, para os garotos, um enfado, até que os mestres de cerimónias Joaquim Oliveira e outros e o sacristão Amadeu Justino iam entregando os diversos estandartes e imagens que iriam percorrer a aldeia em procissão, com o estandarte do padroeiro S. Sebastião à frente de todos os outros.
Naquele tempo em que a aldeia ainda não estava inundada de fios e postes de electricidade e a iluminação era à base de candeias e candeeiros a petróleo, dois estandartes de grande porte eram transportados por alguns jovens mais robustos que dando ar de garbosos faziam questão de mostrar a sua virilidade no seu transporte. As longas varas dos estandartes encimadas com imagens muito grandes faziam arrepiar muita gente quando alguma rabanada de vento as fustigava e logo o porta estandarte era socorrido por outros rapazes que se mantinham sempre atentos e dispostos a ajudar o porta estandarte que estivesse em apuros. Recordo o Joaquim Amadeu como um dos mais fortes que fazia questão de levar o estandarte o mais tempo possível.
A procissão lenta onde se iam entoando cânticos de louvor, percorria a aldeia com o padre protegido pelo palio sempre transportado pelo senhor regedor Joaquim Aurélio e a banda, lá ia mais ou menos afinada, tocando sempre as mesmas músicas e batendo os pratos, marcando compasso. Os foguetes iam estoirando e muitos garotos percorriam as regadas completamente enlameados na apanha das canas. Recordo o Paulo da Maria Águeda e o António Lourenço que iam a todas, depois era ver a Celeste e a Maria Águeda a quererem enchalmá-los por terem sujo as roupinhas domingueiras que vestiam.
Acabada a missa todos se dirigiam para o largo do forno onde se arrematavam as janeiras. Enormes varas carregadas de chouriças, pés de porco, farinheiras e outros enchidos eram expostas pelos leiloeiros que ao ritmo de, lá vai uma, lá vão duas e lá vão três, as iam entregando àqueles que mostravam ter a carteira mais recheada e as arrematavam. Era sem dúvida um ponto alto da festa, o momento das arrematações. Os leiloeiros colocavam-se em cima do muro do pio, que na época estava localizado no centro do largo, e uns atrás dos outros, iam vendendo as janeiras, com as receitas a reverterem para os santos que, digo eu, naquele tempo deviam ser muito mais ricos do que hoje.
As famílias recolhiam às suas casas e depois do belo banquete, depois de bem comidos e melhor regados, pouco a pouco iam-se concentrando na casa do povo, onde os primeiros acordes do acordeonista "o russo" já se iam ouvindo, a prometerem baile de arromba.
O salão de baile ia-se enchendo, e passado algum tempo não se rompia lá dentro, com a rapaziada na conquista das miúdas mais ágeis na dança ou mais atiradiças no meter da perna, com os mais velhos de atalaia, principalmente as mães, que tinham sempre as filhas de baixo de olho, não fosse o entusiasmo próprio da festa extravasar para cenas mais ousadas e expressamente proibidas à época.
Dançava-se o corridinho, o vira e não faltava o fandango, onde alguns mais velhos sempre faziam questão de mostrar aos mais novos que a dança não é só divertimento mas também uma arte; que o dissesse o António João quando pegava na sua dama e repenicava o sapateado no fandango sempre em sintonia perfeita com os acordes vindos do acordeão. O russo, assim era conhecido o brilhante tocador, natural da Benquerença, concelho de Penamacor, quando as horas iam passando e as garrafas de cerveja se iam acumulando a seus pés, por trás de umas lentes muito graduadas ia arregalando os olhos e cantando, cada vez mais desafinado, em sinal de que a festa se aproximava do fim.
O petromaxe iam perdendo brilho, o que indicava que seriam altas horas da noite. As raparigas embrulhavam-se nos xailes das mães e, toca para a caminha, onde iriam tecer fantasias inconfessadas. Os rapazes, alguns de asa caída devido ao excesso de grão, continuavam a festa percorrendo adegas até ser outro dia.
No ano seguinte a festa iria voltar.
 

A escava das videiras

Ir aos bailaricos nas aldeias vizinhas sem cheta no bolso era desprestigiante para qualquer jovem na década de 60 do século passado. Lá vinha a balsa do ramo e se alguma donzela convidasse o cavalheiro para dançar e este não tivesse 5$00 (0,025 euros) para oferecer publicamente pela honra de ter sido convidado, por malícia, por embeiçamento ou simplesmente por divertimento, só tinha uma alternativa, fugir da sala do baile para ninguém perceber que o rapaz estava na penúria.
A maioria dos pais não tinha dinheiro para dar aos filhos para as suas estroinices e por isso só havia uma solução, encontrar trabalho remunerado a fazer fora de horas, já que durante o dia tinham que trabalhar no âmbito da economia familiar, obviamente sem remuneração.
Nesse contexto muitos jovens disputavam uma tarefa agrícola que muitos agricultores resolviam entregar-lhes no regime de empreitada, a escava das videiras.
Essas empreitadas eram executadas, normalmente durante a noite ao luar, juntando-se, no mínimo dois jovens, para a levarem a bom termo, sendo muito desse trabalho feito entre as 9.00h da noite e as 2.00h da madrugada aproveitando o luar típico de Janeiro.
Recordo que muitas noites o meus irmãos Manuel e António, o Carlos da Arminda Josefa, o Horácio da ti Fidélia, O Manuel do ti Zé Samuel, o Joaquim Amadeu, O Paulo do ti Manel Amaral e tantos outros, depois da ceia juntavam-se e de enxada às costas lá iam até até às vinhas da Senhora da Piedade, do Cabeço ou outros lugares e, em ritmo acelerado, arreto a arreto, um de cada lado, retiravam a terra junto das cepas, arrancando as ervas daninhas.
Trabalho duro, feito muitas vezes com temperaturas negativas, mas a possibilidade de poder ter uns trocos no bolso para beber umas cervejolas ou poder ir aos bailaricos das redondezas de bolso recheado, fazia esquecer o lado mau dessas empreitadas feitas ao ritmo de umas cantarolas e de troca de confidências próprias da idade.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Vaga de frio

Esta vaga de frio que se faz sentir por todo o país não pode deixar de nos recordar a violência a que as gentes do Carvalhal e não só, estavam sujeitas nesta altura do ano quando a vida da lavoura era o ganha pão de muitas famílias.
Recordo momentos da ceifa da erva nas regadas inundadas de água gelada, carregando-se os molhos às costas ou transportando-os nas burras. Nas olgas apanhavam-se grandes molhos de nabos carregados de geada para dar alimento às vacas e aos marranos. As mãos gelavam, os pés andavam constantemente molhados e regelados. As chuvas e os ventos gélidos faziam-nos tiritar de frio e as frieiras assolavam as mãos e os pés, provocando dor e sofrimento.
Assim se vivia e sobrevivia; com lágrimas, sacrifício, muita penosidade, mas também com muita vontade de vencer.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Finalistas

Os primeiros finalistas do curso de formação de electromecânico da antiga Escola Técnica de Pinhel, decorria o ano 1972.
Elias - Ervedosa
José Gil - Carvalhal
Rebelo - Guarda
Carlos Tavares - Freixedas
Adalberto - Pinhel
José Vicente - Atalaia
Abílio Paixão - Malta
Alexandre - Reigada
Agostinho??? - Freixedas
Tó Zé - Freixedas
Gouveia - Pinhel
Antero Ramos - Bogalhal
Zé Luis?? - Freixedas??
Chico - Bizarril
Que me desculpem os meus amigos e antigos colegas durante três anos, tenho algumas dúvidas em dois nomes. A memória já tem as suas falhas; mas se por acaso estes meus dois amigos de juventude lerem este blog e descobrirem este meu lapso de memória estão já convidados a desancar em mim que eu publicarei o seu protesto com muito gosto.





quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Caiu Neve



No dia 27 de Dezembro de 2008 o Carvalhal foi contemplado com a queda de alguma neve. Aqui fica o registo, mas, como se pode ver pela foto, caiu com pouca intensidade, tendo deixado apenas um ar da sua graça.