sábado, 26 de setembro de 2009

Por ali

Por ali andei
Por ali suei
Por ali tiritei
Por ali guardei
Por ali não tinha passado
Mas...
Por ali passou
E por ali ter passado
E por ali ter queimado
Ao por ali ter vindo a passar
Revivi uma parte do meu passado

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vamos dar uma ajudinha


A casa que se vê na foto está à venda há bastante tempo.
Desconheçemos o preço, não sabemos se é cara ou barata, o que vos podemos garantir, para quem não conhece o Carvalhal, é que está muito bem situada na Avenida principal da terra, não há trânsito que perturbe o sossego, tem uma óptima vizinhança, o que pode ser um bom investimento para quem queira passar férias no recato da nossa aldeia.
Recordo-me que quando era garoto chegou a ficar instalado, nesta casa, o rancho da Ervedosa que vinha fazer as ceifas no Carvalhal durante alguns dias.
Se houver algum interessado ligue e fale com o proprietário, pois julgo saber que aqui não há intermediação imobiliária, o que pode traduzir-se num preço mais em conta.
Não escreva para "Ponte das Poldras" porque não está mandatado por ninguém para promover a venda do imóvel, mas achou que podia dar uma ajudinha.
Bom negócio.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Caminhadas

Final da tarde, quando o sol já se procurava esconder lá para os lados de Penha Forte, era vê-las caminhar...
Durante alguns dias, já depois da euforia do fim de semana "festivo" as resistentes que continuavam de férias no Carvalhal foram passando a palavra e o resultado foram alguns passeios pedonais mais ou menos longos, que estou certo, deram mais uma dúzia de anos de vida a todas que neles participaram.
Até já havia propostas de circuito fazendo a estrada até à Atalaia, passando pelos Lameirinhos, com descida pelo Calvário em direcção às Fréguiças, Coitadinha e regresso ao Carvalhal.
Claro que logo se começaram a contar as histórias antigas dos lobos avistados no lanchal do ti António Neto a seguir à Coitadinha, o que logo resfriou as vontades das mais afoitas em caminhadas de longo curso.
Uma maneira saudável de "matar" uma parte do tempo nas mini férias passadas na aldeia.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O chá milagroso

Inicio da década de 60, quando ainda não havia latões, muito menos tractores, os "cachos" eram transportados para os muitos lagares que havia na época em carros de bois; aí se esmagavam, aí se fazia o vinho mais ou menos apaladado que, alguns dias depois, se guardava nos tonéis.
O petiz devia ter os seus cinco anitos e já tinha a missão de pisar as uvas dentro da tina.
No início da colheita era vê-lo acarrrapitar-se tina acima, para logo saltar para dentro à espera que viessem os primeiros cestos a descarregar, caindo-lhe as uvas abruptamente na carola e assim, pouco tempo depois, era ver o seu cabelo bem lavadinho com melaço.
Olhava para cima e só via o céu. Os cestos lá iam descarregando e a tina enchendo vagarosamente.
Calções arregaçados, continuava a marcar passo, pisando nas uvas até que pouco a pouco os cachos deixavam ver um líquido cor de púrpura que o pequenote bem conhecia. Era tenro de idade mas já tinha queda para apreciar um bom mosto e, tanto assim, que munido de palhinha lá ia sorvendo o líquido colocando a língua como escoador de graínhas que lhe pudessem vir a estrangular o canal ainda estreito.
O primeiro dia passou, corre o segundo, logo se transpõe o terceiro, o quarto já ia avançado e o pequerrucho já sentia fortes dores na barriga.
Empertigado, mas nunca deixando de dar uso à palhinha pois, se não havia descargas intestinais regulares, a culpa não seria dele mas dos intestinos que teimavam em não vazar.
Já lá ia o quinto dia e cada vez mais inchado, dores intensas e a vontade de mergulhar a palhinha tinha desaparecido.
O pai, até aí mais preocupado em saber quantos almudes rendia a colheita anual, notou então que a barriga do russito mais parecia um bucho recheado prestes a rebentar.
O mosto fervia-lhe nas entranhas, os gazes acumulavam-se sem possibilidade de escape.
O garoto gritava de dores, já a populaça se alarmava com um possível desfecho trágico, tal era a dimensão da bola que o fedelho teimava em não conseguir esvaziar, até que uma senhora se vira para o pai e lhe diz:
- Eu tenho um chá que lhe faria muito bem; não sei é se ele o vai querer tomar.
Agonizante o pequerrucho, desorientado o progenitor, naturalmente que nem questionaram a natureza do chá.
A dita senhora logo tratou de ferver o produto embrulhado num pano tipo cueiro e alguns minutos depois aí estava ela de regresso ao curral da ti Guilhermina Viúva onde se encontravam o desalentado pai, o sofredor filho e parte do rancho já regressado da labuta do dia.
- Toma menino, tens que conseguir, põe muito açúcar para o conseguires beber.
À primeira golada o garoto deu sinais de grande sofrimento. Aliado às fortes dores de barriga, acrescia agora, um chá intragável, tal era o seu sabor fedorento.
- Tens que conseguir; mete mais açúcar, mete mais açúcar, repetia a senhora.
Que remédio, pensava ele.
Não havia alternativa, mais umas carradas de açúcar e lá conseguiu o petiz meter o chá goelas abaixo.
Ainda mal tinha chegado o líquido ao intestino e logo se deu a primeira reacção.
O Pontinha, mais conhecido pelo russo do António Albino, só teve tempo de virar o traseiro contra a parede, calções abaixo, que cuecas não havia e, mais parecendo uma lambreta acelerada, lá pintou na parede da casa a primeira pintura grafiti.
Preparava-se para erguer o traseiro e logo uma segunda descarga, atirou ainda mais longe, obrigando todos a fugir, os que em redor antes já lhe agoiravam trágico fim, mas de barriga cheia.
Mais uns sopros e estrondos, tipo rater de motor a dois tempos, continuava o Pontinha a pintar a parede da casa Ti Guilhermina Viúva em tons de amarelo ocre.
Não se sabe quantas vezes o fedelho teve que descer e levantar os calções durante a meia hora seguinte; mas, passada a tempestade, surge a bonança; o balão instalado na barriga do Pontinha tinha esvaziado e, o pequenote, agora já bem disposto e a pensar quando poderia saltar novamente para dentro da tina, já que o mosto o esperava.
Mas ti Natália, afinal de que era feito este chá tão bom?
Perguntaram pai e filho já aliviados.
- De merda de galinha, respondeu ela.
Ainda hoje o Pontinha não sabe qual teria sido a sua reacção se tivesse sabido antes qual era a substância activa incorporada no medicamento; teria bebido o chá ou teria preferido morrer; a verdade é que tomou o chá e cerca 50 anos depois aí continua para poder contar a sua história e beber não o mosto das tinas, mas o vinho dos tonéis.

Nota da redacção
Ponte das Poldras não conseguiu apurar se na banca de chás montada pelos mordomos da festa havia esse milagroso chá, mas aqui fica uma informação para a classe médica e, ao amigo Pontinha um conselho:
- Leva a receita a Vilar de Perdizes ( encontro de medicinais alternativas) e talvez te saia o euromilhões.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ora aqui está uma óptima ideia


TROVOADA EM AGOSTO/2009

"É mesmo verdade que na festa do Carvalhal, em Agosto, veio uma trovoada que obrigou à interrupção do baile. Eu senti na pele os efeitos da chuva, pois tive que mudar de roupa. No entanto, digo-vos que valeu a pena aquela molha, pois não fui presenteado com qualquer constipação. Agora mudando de assunto. Que tal a ideia dos naturais e amigos do Carvalhal, residentes na Zona de Lisboa, reunirem-se com alguma regularidade (a acordar na 1ª. reunião) num almoço ou jantar? Era uma maneira de conviver e de recordar os bons e maus momentos passados no Carvalhal, que seria proporcionado àqueles que têm menos possibilidades de se deslocarem à nossa terra nos dias de festa."


O amigo José Pereira Gaspar enviou-me, para publicação, o texto que acima transcrevo com todo o gosto.
Claro que não posso deixar de referir que se trata de uma óptima ideia que acolho e apoio desde a primeira hora. Embora o tempo me seja por vezes escasso é para mim um enorme prazer colaborar neste desafio de procurar congregar todos os amigos do Carvalhal num jantar que assuma carácter de regularidade.
A ideia está lançada e desde já fica aqui o desafio aos meus amigos e amigas para me fazerem chegar a vossa opinião.

domingo, 13 de setembro de 2009

A trovoada que visitou o bailarico

Ela anunciava-se bem longe através dos relâmpagos que serpenteavam o céu.Eis, senão quando a chuva cai copiosamente e obriga a refúgio improvisadoOs mordomos preocupados porque os turistas em vez de beberem umas bejecas para ajudar a pagar ao Beto, resolvem posar descontraidamente para a imprensa...

Havia outros, porém, que logo improvisaram protecção, mas deixar o recinto de baile, nem pensar...



E quando o risco de acabar a festa era previsível, houve quem subisse ao palco e desse um ar da sua graça....
Afinal, a chuva ao fim de meia hora varreu-se, o baile voltou a reanimar e os mordomos esfregaram as mãos de contentamento. O bar iria continuar aberto...
Até houve alguém que ao ouvir novamente os "acordes" do tocador saltou da cama e regressou para se continuar a divertir. É que o baile é só uma vez por ano, não se pode perder.



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Carta da Direcção da Associação ao Presidente da Câmara de Pinhel

A pedido da Direcção da Associação "Os Amigos do Carvalhal" em cima divulgo a carta que esta enviou ao Senhor Presidente da Câmara de Pinhel. Visto estarmos próximos de um acto eleitoral não sei quem guiará os destinos da Câmara a partir de 11 de Outubro mas, seja quem for, deverá ser sensível à exposição que aqui se divulga.

domingo, 6 de setembro de 2009

Uma pose profissional

Se a memória não me falha o Carvalhal ganhou a Valverde por uns significativos 3-1.
Belos tempos que também pisei este "relvado" de areia, bem mais limpo porque era palco de muitos desafios durante cada Verão, mas nunca tive o privilégio de jogar contra Valverde e sair vencedor. Os meus parabéns à juventude actual.
Não liguem aos jogadores. Reparem na pose do árbitro.
Que estará a pensar?
- ...Onde está a bola? Já não a enxergo...pensará ele.

sábado, 5 de setembro de 2009

Instantes

Enquanto os homens jogam às cartas e aos matrquilhos as mulheres sobem para o escadote e trabalham. Onde já seviu?
A serenidade do guarda redes do Benfica parece travar mais uma vez um ataque inconsequente do Sporting. O "italianito" segue atentamente todas as jogadas

A falta de potência da rede publica que serve a aldeia obrigou a reforços para que o acordeon do Beto mais logo á noite se pudesse fazer ouvir no bailarico.
Esqueceram-se porém que o gerador também precisa de alimento e quando o baile começou o gerador pregou a sua partida...
Vá lá que a rede eléctrica aguentou...
É caso para dizer que há males que vêm por bem. Não se gastou gasóleo com o gerador e segundo julgo saber a corrente era de borla.



Inédito no Carvalhal.
Os mordomos montaram uma banca onde se vendia de tudo. Fiquei a saber que há muitas plantas no Carvalhal óptimas para fazer chá.
Com tantos chás milagrosos à venda na banca já não será preciso recorrer a um muito especial que um dia destes divulgarei.



Oh! Titi tu não as enganes. A Maria Amélia parece desconfiada com a tua banha da cobra




Ainda não percebi porque se gasta tanto dinheiro com a contratação de acordeonistas "estrangeiros"
Ponham os olhos no estilo da prata da casa...

Pinhel Cidade dos Inhos

RECORDAÇÕES DE PINHEL
Nos dias de hoje, por qualquer razão que me escapa - como diria a escritora Clara Ferreira Alves - não há empregado ou dono de restaurante que não se exprima por diminutivos. Eles dizem: a saladinha, o pãozinho, a manteiguinha, o queijinho, as azeitoninhas, o robalinho, o pratinho, a cervejinha, o copinho, e, no fim, obviamente, a continha e a facturinha (quando se lhes pede)!
Ao longo do tempo o uso dos diminutivos para nomes próprios utilizava-se fundamentalmente no tratamento de crianças: Chiquinho, Ruisinho, Luisinho, Huguinho, Nuninho, Pedrinho e por aí fora.
Todavia, nos anos cinquenta e sessenta do século passado, em Pinhel os "inhos" nos nomes próprios dos adultos estiveram na moda por razões de afectos e de um tratamento carinhoso, mas nunca depreciativo ou irónico. Eram tempos de grande proximidade e de amizade entre adultos. E aqui lhes deixo exemplos demonstrativos disso mesmo:
O senhor Aleixinho era dono da farmácia; o senhor Marinho era dono duma ourivesaria e relojoaria; o senhor Luisinho, tanto podia aplicar-se aos comerciantes Luís Alves, Luís Teixeira ou Luís da Silva, como ao bibliotecário e ajudante do registo civil Luís das Neves; o senhor Adrianinho ao Bulha, ao Teixeira ou ao Saraiva; o senhor Quinzinho, ao Ricardo, Figueiredo ou Torres (Pinguinhas); o senhor Alfredinho, ao Apolinário, ao Amaro, ao da Benedita ou ao Dias Coelho; por senhor Manelzinho: ao Seixas, do solar dos Mena Falcão, ao Silva, das Souropires, ao Pereira; por Carlinhos chamavam o senhor Carlos Carneiro, homem latagão, com os seus cerca de cem quilos; por senhor Zézinho: o Pardalejo, o Coelho, o Navega, o Torres Lima ou o Ferreira (que foi durante muitos anos dedicado e exemplar comandante da corporação dos bombeiros voluntários, orgulho da nossa cidade), etc. etc..
Fugia a esta regra ou moda o senhor Zé do Cantinho, que não tendo no José o diminutivo inho, acabava por apanhar com ele no "Cantinho"!
Gracioso na resposta era o senhor José Pardalejo, que, muitas vezes, quando o chamavam Zézinho ele respondia com franca bonomia: - Ó mulher fique sabendo que um zézinho é um capote sem mangas! Olhe cá para mim e veja que nem capote hoje trago vestido! ...


(Nota: publicado na edição de 03.09.2009 do quinzenário "PINHEL FALCÃO")

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A volta a Portugal "tocou" Pinhel



Não sei qual foi a comparticipação da Câmara de Pinhel para a organização da volta, mas só poderia ter sido modesta já que o circuito da etapa se limitou a entrar para logo na primeira curva seguir a direcção de saída.
Teria sido muito mais interessante ver os "rapazes" a subir uma das ruas principais da cidade do que vê-los a curvar para se esgueirarem em direcção à Malta.

De regresso

Também elas gozavam os últimos dias de férias na aldeia
Às amigas e amigos do carvalhal as minhas desculpas por este interregno. Sem apresentação de justificações direi apenas que estarei convosco sempre que possível.
Espero que todos tenham gozado as melhores férias da sua vida e, tenham calma, para o ano há mais. Não esgotem de uma só vez aquilo que é bom.
A todos um abraço.