quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A nossa memória de infância está em ruínas








Já publiquei um post no qual relatei a homenagem que os antigos alunos da prof. Aurora lhe fizeram este ano. A antiga escola, hoje conhecida por "Casa do Povo" está restaurada, mantém a sua dignidade e é um ponto de encontro de todos os carvalhenses.
Hoje mostro-vos o estado de degradação a que está votada a "escola nova" onde estudaram centenas de crianças nascidas no Carvalhal.
Se a memória não me falha, no ano que entrei na escola primária era frequentada por 32 crianças.
Hoje apresenta-se como a vemos na foto.
Ao tirar as fotografias pude recordar por breves momentos o prazer que tive por ali ali ter recebido as primeiras ferramentas para a minha formação como homem.
Foi ali que, retirados aos trabalhos árduos do campo, muitos de nós demos os primeiros passos numa larga caminhada de aprendizagem que nos levou mais tarde ao seminário , à escola técnica ou ao liceu, onde viemos a reforçar o nosso saber.
Realço que independentemente da pobreza em que se vivia em meados da década de 50 e seguintes do século passado, todas as crianças da aldeia frequentavam a escola, num sinal claro do esforço que os pais faziam para os filhos poderem ir mais longe do que foram os seus horizontes.
O resultado é verdadeiramente positivo e, do que tenho conhecimento hoje, as antigas crianças daquelas épocas, são actualmente cidadãos respeitados no meio social onde se integram, independentemente, do nível académico a que chegaram.
A essência da formação do adulto assenta na educação que recebeu em criança, nomeadamente, da formação que absorveu na escola.
Recordo aqui as minhas professoras primárias. A Emelda, do Safurdão, na primeira classe, a Helena, dos Montes do Jarmelo, na segunda classe e, por último, a Adelaide das Freixedas, na terceira e quarta classe. Onde quer que se encontrem, recebam o meu profundo agradecimento por me terem ensinado, cada uma à sua maneira, a gostar de aprender...
Será que a nossa escola vai continuar votada ao abandono?

Sem comentários: