segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O último pastor


O dia corria frio e entre amigos comentávamos como era andar no campo guardando o rebanho num dia de neve como aquele que se estava desenhando, eis senão quando o nosso amigo Zé resolveu posar para a foto procurando retratar os seus tempos de pastor quando ainda jovem.
Foi o último pastor do século XX no Carvalhal, já que alguns anos antes o ti Joaquim Jerónimo, meu pai, e o ti Carlos da ti Isabel Rebela tinham vendido os seus rebanhos, com a fuga para França, de forma clandestina, do António Gil, meu irmão e dos irmãos Zé e António Rebelo.
Claro que o Zé não se vestiu a rigor, esqueceu-se de trocar de botas e de colocar "polainas" feitas de plásticos atados com cordéis que se arranjavam das sacas de adubo que era deitado às cearas de centeio no final do Inverno. Com este remedeio no aproveitamento das sacas de plástico sempre se poupava "algum" na compra de polainas de cabedal que eram um luxo pouco acessível por aquelas paragens e naquela época.

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