domingo, 12 de julho de 2009

Levou cinco e pagou seis

Foto enviada pela Maria Amélia
Já não há cabradas, muito menos rebanhos de ovelhas, mas os cardos continuam à espera de poderem ser úteis.
Recordam-se de quando as vossas mães e avós coalhavam o leite com este produto campestre para poderem fazer os deliciosos queijos que muitas delas iam depois vender ao mercado de Pinhel?
A propósito vou contar-vos uma história da ti Primavera, minha mãe.
Certo dia estava ela a vender os queijos em Pinhel e aproximou-se um senhor bem vestido que se apresentou como sendo o veterinário que lhe disse:
-Então a senhora não sabe que não pode estar aqui a vender os queijos?
Ela, muito enfiada, lá respondeu que não sabia.
O bem vestido, abusando do seu poder de autoridade, diz-lhe:
A senhora tem que me dar um queijo desses para eu analisar se está bom ou não e, a Primavera, resigna,da lá lhe deu o queijo.
O bem vestido foi-se embora, sem mais palavras, com queijo.
Na semana seguinte, nada, o bem vestido não apareceu.
A ti Primavera lá pensou com os seus botões.
- O filho da mãe bem comeu o queijo à minha custa e eu sem dinheiro para dar de comer aos meus filhos.
Passado cerca de um mês, estava a Primavera na praça a vender mais queijos e apareceu novamente o veterinário; aí ela, pensou, "queres ver que me vai ficar com mais queijo sem mo pagar"?
O bem vestido aproximou-se e diz-lhe:
Afinal pode continuar a vender o queijo, o outro era bom.
Oh senhor doutor...!!!
Então quanto custa cada queijo? Perguntou sobranceiro o veterinário.
A Primavera disse-lhe quanto custava cada queijo e aí ele diz-lhe:
Dá cá cinco queijos. Pegou em dinheiro e pagou seis.
Afinal esvaziaram-se os temores da ti Primavera, fez um bom negócio nesse dia e a partir daí o veterinário passou a ser um dos melhores clientes.
Claro que o cardo contribuiu para que a ti Primavera tenha feito milhares de queijos deliciosos.

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