sábado, 21 de novembro de 2009

A quinta da Surenta

Parei por uns instantes a viatura na berma da estrada e, de máquina em punho, resolvi registar para o futuro uma memória do passado.
Não foi a imensidão do vinhedo que me fez parar. Esse é de história recente e está ligado ao sucesso dos Baraças, mas aquela "fortaleza" esventrada trás-me à memória o meu tio José Paulo a minha tia Maria e os meus primos Lurdes, António Paulo que ainda me consegue ganhar "em rodas baixas" e a Judite Paulo.
Quando ainda criança, nas poucas deslocações que me foi possível fazer a Pinhel, a cavalo na burra ou a pé, na companhia dos meus pais ou irmãos mais velhos, a paragem na Surenta era, além de obrigatória, um momento de alegria e convívio com estes primos. O pachorrento ti Zé Paulo e a ti Maria tinham sempre pão e conduto para nos aconchegarem o estômago e a cumplicidade entre primos era enorme.
Hoje olho para aquele casarão vazio e sinto que também está ali um "pedacinho" da minha meninice.
A vida é assim, feita de pequenos nadas...

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