sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Vaga de frio

Esta vaga de frio que se faz sentir por todo o país não pode deixar de nos recordar a violência a que as gentes do Carvalhal e não só, estavam sujeitas nesta altura do ano quando a vida da lavoura era o ganha pão de muitas famílias.
Recordo momentos da ceifa da erva nas regadas inundadas de água gelada, carregando-se os molhos às costas ou transportando-os nas burras. Nas olgas apanhavam-se grandes molhos de nabos carregados de geada para dar alimento às vacas e aos marranos. As mãos gelavam, os pés andavam constantemente molhados e regelados. As chuvas e os ventos gélidos faziam-nos tiritar de frio e as frieiras assolavam as mãos e os pés, provocando dor e sofrimento.
Assim se vivia e sobrevivia; com lágrimas, sacrifício, muita penosidade, mas também com muita vontade de vencer.

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