quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Poema de António Lourenço -1
Uma aldeia pequenina
Viu nossos passos primeiros
Oh! que saudade eu tenho
Desses tempos tão trigueiros
Desses tempos tão trigueiros
Que para tudo chegavam
Desses dias tão fagueiros
Que tão depressa passavam
Que tão depressa passavam
Como nós havemos de passar
Mas isso não impediu
Que eu te viesse a amar
Que eu te viesse a amar
E não fui correspondido
Mas esse amor foi tão grande
Que não pode ter morrido
Que não pode ter morrido
Nem nunca morrerá
Porque este meu coração
Para sempre te amará
Para sempre te amará
Mesmo sem tu me amares
Resta-me ainda a esperança
De mim um dia gostares
Se tu um dia me amasses
Eu seria tão feliz
Mas isto tudo são sonhos
Deste que tanto te quis
Deste que tanto te quis
Dono de um amor quase morto
E que te ama tanto, tanto
Como te não amará nenhum outro
Como te não amará nenhum outro
Nem que dês a volta ao mundo
Não encontrarás jamais
Outro amor tão profundo
Tão profundo como este
Não encontrarás jamais
Porque um amor como este
Nasce e não morre mais
Nasce e não morre mais
Porque não pode morrer
Tem mesmo que subsistir
Depois de tanto sofrer
Depois de tanto sofrer
Hei-de ter a recompensa
Ou talvez passe a vida
Sofrendo a tua indiferença
Sofrendo a tua indiferença
E talvez o teu rancor
Mas isso só servirá
Para aumentar este amor
Para aumentar este amor
Ou para o dissolver
Pois eu saberei esquece-lo
Só para não te ver sofrer
Para não te ver sofrer
Eu daria a minha vida
E a tentar esquecer-te
Passo a vida, noite e dia
Passo a vida, noite e dia
E esquecer-te não consigo
Porque a tua bela imagem
Essa anda sempre comigo
Essa anda sempre comigo
Sempre e a cada momento
Pois tu és a mulher
Sempre no meu pensamento
Sempre no meu pensamento
Sempre no meu coração
Que não apagará jamais
O fogo desta paixão
O fogo desta paixão
Ficou gravado a letras de oiro
Porque eu não posso esquecer-te
Tu que foste o meu tesoiro
Tu que foste o meu tesoiro
Mas um dia foi embora
E deixas-te arruinado
Este coração que chora
Este coração que chora
E um dia venha a rir
Pois há-de vir o dia
Que em ti venhas cair
Que em ti venhas cair
Dês outro rumo aos teus passos
Que voltes para mim
E venhas cair nos meus braços
Venhas cair nos meus braços
Venhas ter ao meu caminho
Para amar e ser amada
Com muito afecto e carinho
Se um dia chegares a ler
Estes versos como eu
Talvez queiras saber
Quem foi que os escreveu
Quem foi que os escreveu
Já tu deves ter calculado
Pois foi aquele que sempre
Passou por teu namorado
Passou por teu namorado
Sem nunca o ter sido, afinal
Teve a fama mas não o proveito
Quando os dois estávamos no Carvalhal
Quando estávamos no Carvalhal
Que é onde eu pertenço
Não deve ser preciso mais
Sou o António Lourenço
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1 comentário:
Obrigada José por divulgar estes versos do António, que,apesar de ser meu primo, eu desconhecia a sua veia poética.Com muita humildade diz tanto. Saudade.
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